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Francisco Luís Ferreira, Francisco Luís, Chico Luís, Chico Louco. (1930 – 2002)

Por *Victor Cervi.

Seis, seis e pouco da tarde, ele subia para o bar do Zino que fica na praça da Matriz, bar antigo, com pouco movimento porque Santa Rosa de Viterbo cresceu para o alto, pros lados da avenida onde vai a molecada e os bares têm mais freguesia.
Um pouco antes de o sino bater as seis horas da tarde, Francisco Luís Ferreira, Chico Luís, Chico Louco, subia a ladeira de sua casa até o bar, isto é, se não encontrasse ninguém pelo caminho ou um outro bar que permitisse que ele entrasse e bebesse um pouco. No bar do Zino, um senhor de cerca de seus 70 anos, pouco mais, pouco menos, que veio da Fazenda Amália dos Matarazzo e comprou o bar do Brunão, tinha pouca gente no sábado à tarde, aliás, sempre tinha pouca gente. Vinha ali o Dalson Garcia que tomava uma cerveja, só uma, aos sábados, uma senhora de idade que fumava sem parar e comprava cigarros, tomava café e ia embora; toda tarde, sem falhar uma. Um outro senhor que teve um derrame e tem um braço meio morto e tomava um copo de pinga todo dia assim que o sino bate as seis horas; crianças que compravam chiclete, um ou outro para usar o banheiro, um dos poucos da praça, a não ser o do bar do Zé Roquinho que fica lá do outro lado da praça.


No bar do Zino, seis e pouco da tarde de sábado, a gente fica ouvindo o rádio ligado no final da rodada dos jogos de futebol, a reprise do goooolllllllllll, as moscas zunindo, pouca conversa. Alguém lia um jornal do dia anterior e falava mal do governo que havia aumentado o salário mínimo em apenas seis reais... Era ali que Chico tomava sua Niger ( cerveja preta fabricada em Ribeirão Preto ). Ele trazia o “casco” no bolso de trás da calça velha e puída, ou num saco plástico de supermercado, também velho e sujo de tanto uso. A falta de banho lhe dava aquele cheiro de suor antigo grudado nas roupas, enjoativo.
*Victor Cervi

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6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tio Chico foi meu tio avó,irmão de meu avó Adelino Luiz Ferreira, que bom que a chuva
    não desceu tão forte do céus...assim
    seus rastros não se apagaram totalmente...
    Muito Obrigada pelo carinho com que trata no blog a história dele...parabéns pelo trabalho...e só tenho a te desejar sucesso...
    Meu muito Obrigada

    Patricia Aparecida Ferreira

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  3. José Márcio,

    Seus registros sao surpreendentes. Vc como engenheiro que é , é um grande documentarista de nossa gente. Obrigada por nos trazer de volta nosso Chico.
    Que a Loucura do Chico , esse grande poeta do povo de Santa Rosa,talvez o mais sábio e irreverente, por isso o apelido Chico Louco, seja difundida pelo seu amor para com as nossas raízes.

    Simone Guimaraes

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Ele foi um Poeta extraordinário, fazia com amor cada verso cada rima, essa era sua "Sina"
    Saudades do meu Avô.
    Obrigada por lembrar de alguém que foi muito importante e especial, para mim e para muitos. Agradeço a Família em memória de Victor. Parabéns pelo trabalho.

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